O
Diário de Coimbra publicou, no passado dia 2, uma interessante e
importante entrevista ao professor João Caraça, presidente do
Conselho Geral da Universidade de Coimbra.
Não
sei que consideração terá tido no meio académico e também não
me apercebi de reações futricas, apesar
de haver referências a aspetos que vão para além das portas da
Universidade e que têm a ver com a cidade. É possível que seja
um silêncio
conivente,
mas mesmo que assim seja é importante valorizar as ideias
apresentadas por que vêm de fora. Vêm
de alguém
de
reconhecido mérito académico, que tem mundo e não é daqui.
Há
duas afirmações que gostaria de sublinhar. A primeira é a de que:
“Nota-se que Coimbra não teve trajetória de alargamento e reforço
das infraestruturas que permita à UC ser mola de desenvolvimento.”
Não podia estar mais de acordo. A expansão e o desenvolvimento das
infraestruturas urbanas, por exemplo, na envolvente dos Polos II e
III são um verdadeiro desastre e mereciam uma atenção cuidada e
urgente, sem falar de todo um outro conjunto de intervenções que
permitissem um salto qualitativo na construção de uma cidade
universitária do século XXI.
Aliás,
a questão da localização da nova maternidade é
um exemplo acabado da forma de, ainda hoje, fazer Coimbra.
A
segunda afirmação é a que se refere à eleição do novo reitor,
concretamente ao perfil e, sobretudo, quando diz: “Penso que não
terá de ser necessariamente uma pessoa de dentro da UC:” Ora, não
sendo
uma ideia revolucionária a acontecer na UC representará, decerto,
uma verdadeira revolução.
Não
estando em causa o mérito nem a capacidade de encontrar um reitor no
âmbito da própria UC, como aliás tem vindo a acontecer, a verdade
é que a vinda de alguém de fora para uma universidade com estas
caraterísticas seria extremamente interessante não só para a
universidade como para a própria cidade.
Em
Coimbra vem-se vivendo, cada vez mais acentuadamente, um certo
ambiente claustrofóbico.
Sente-se aqui a necessidade de abertura e de arejamento e se há
áreas em que é evidente que isso não se vê possível a curto e
médio prazo, a vinda de alguém de fora para a reitoria da
universidade poderia contribuir significativamente para essa
oxigenação.
Diz,
o professor, João Caraça, sobre o perfil do novo reitor: “Terá,
portanto, de ser ser uma pessoa com grande capacidade de liderança,
uma clara visão de futuro e uma capacidade de dialogar, a toda a
linha, muito grande. Será fundamental falar com pessoas de fora da
universidade e de dentro da universidade.”
Venha
ele!
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