quinta-feira, 18 de maio de 2017

POR FAVOR



Não sei se será pedir muito mas como estamos à beira de uma campanha eleitoral e já há por aí iniciativas de campanha venho pedir, encarecidamente, a todos os candidatos o favor de respeitarem a inteligência e a memória dos eleitores.

É que para além dos polens, dos raios ultravioletas e da poluição atmosférica e sonora não merecemos uma campanha desbragada e insultuosa, com consequências para a democracia e para a imagem da cidade e dos seus cidadãos. 

Os candidatos e as suas candidaturas são, nesta altura, a imagem política da cidade. Por isso não nos envergonhem e não nos deixem ficar mal. Coimbra tem aguentado muita coisa mas tudo tem os seus limites.

Depois da elevada taxa de abstenção que tivemos nas últimas eleições o mínimo que podemos desejar é que não nos obriguem a fugir e a aumentar ainda mais essa taxa. 

Partindo sem grandes expectativas, quanto à substância da campanha que se avizinha, pelo menos que consigam alguma contenção e respeito pelos eleitores até porque estamos numa cidade do conhecimento. Por favor não nos tomem por parvos.

Percebo que é tentador copiar o Trump, que hoje nem sei se existe ou se é uma ficção, e fazer da mentira, da omissão e do desaforo armas políticas, mas nós temos muitos anos de história e uma sagesse que permite distinguir os candidatos e as suas propostas.

Sabemos que há candidatos que se alimentam, sem pudor, da agressividade e da contundência verbal, mas muito sinceramente e não me parece que a vocação de Coimbra seja a de escolher alguém que sofra dessas patologias. 
Lembrem-se que todos, sem exceção, são conhecidos dos eleitores. 

Coimbra é pequena e todos conhecem o vosso passado e os vossos pecados e omissões, e por isso só terão a ganhar se evitarem o espalhafato e as tiradas tonitruantes. E, por favor não nos prometam o impossível. 

O grande programa eleitoral que podemos esperar e porque não acreditamos em qualquer genialidade, pode-se reduzir a: deixem-nos viver em paz, não estraguem o que de bom temos e puxem pela autoestima da cidade.

As expectativas são baixas, por favor não as diminuam mais para não entrarmos numa espiral depressiva que nos tente a atitudes radicais até porque não temos grande margem de manobra para nos sacrificarmos, dado que não temos linha nem comboio para nos atirarmos e se corrermos para o Mondego o risco é apenas o de batermos com a testa na areia.

Por favor respeitem a inteligência e a memória dos eleitores de Coimbra.

(Artigo publicado na edição de 18 de maio, do Diário de Coimbra)


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