Não
sei se será pedir muito mas como estamos à beira de uma campanha eleitoral e já
há por aí iniciativas de campanha venho pedir, encarecidamente, a todos os
candidatos o favor de respeitarem a inteligência e a memória dos eleitores.
É
que para além dos polens, dos raios ultravioletas e da poluição atmosférica e
sonora não merecemos uma campanha desbragada e insultuosa, com consequências
para a democracia e para a imagem da cidade e dos seus cidadãos.
Os
candidatos e as suas candidaturas são, nesta altura, a imagem política da
cidade. Por isso não nos envergonhem e não nos deixem ficar mal. Coimbra tem
aguentado muita coisa mas tudo tem os seus limites.
Depois
da elevada taxa de abstenção que tivemos nas últimas eleições o mínimo que
podemos desejar é que não nos obriguem a fugir e a aumentar ainda mais essa
taxa.
Partindo
sem grandes expectativas, quanto à substância da campanha que se avizinha, pelo
menos que consigam alguma contenção e respeito pelos eleitores até porque
estamos numa cidade do conhecimento. Por favor não nos tomem por parvos.
Percebo
que é tentador copiar o Trump, que hoje nem sei se existe ou se é uma ficção, e
fazer da mentira, da omissão e do desaforo armas políticas, mas nós temos
muitos anos de história e uma sagesse que
permite distinguir os candidatos e as suas propostas.
Sabemos
que há candidatos que se alimentam, sem pudor, da agressividade e da
contundência verbal, mas muito sinceramente e não me parece que a vocação de
Coimbra seja a de escolher alguém que sofra dessas patologias.
Lembrem-se
que todos, sem exceção, são conhecidos dos eleitores.
Coimbra é pequena e todos
conhecem o vosso passado e os vossos pecados e omissões, e por isso só terão a
ganhar se evitarem o espalhafato e as tiradas tonitruantes. E, por favor não
nos prometam o impossível.
O
grande programa eleitoral que podemos esperar e porque não acreditamos em
qualquer genialidade, pode-se reduzir a: deixem-nos viver em paz, não estraguem
o que de bom temos e puxem pela autoestima da cidade.
As
expectativas são baixas, por favor não as diminuam mais para não entrarmos numa
espiral depressiva que nos tente a atitudes radicais até porque não temos
grande margem de manobra para nos sacrificarmos, dado que não temos linha nem
comboio para nos atirarmos e se corrermos para o Mondego o risco é apenas o de
batermos com a testa na areia.
Por
favor respeitem a inteligência e a memória dos eleitores de Coimbra.
(Artigo publicado na edição de 18 de
maio, do Diário de Coimbra)
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