segunda-feira, 28 de junho de 2010

HÁ QUEM OIÇA VOZES NA CIDADE DO CONHECIMENTO


Segundo parece amanhã vai reunir a Assembleia Municipal de Coimbra e ainda que correndo o risco de não ser lido por nenhum Deputado Municipal, quero aqui deixar o meu preocupado alerta para as eventuais informações do presidente da Câmara, sobre alguns assuntos da maior importância para Coimbra.

Como é sabido o presidente da Câmara é um fervoroso adepto da democracia comunicacional, isto é, diz umas coisas. Inicialmente ainda houve quem pensasse que podia surgir por ali um naco de democracia participativa mas, percebeu-se logo, ganha a CDU para o PEC (Processo de Entendimento das Coligações), que essa era uma ideia sem futuro.

Assim, as coisas foram andando ao ritmo dos salamaleques (dito por quem sabe) e enquadradas em tiradas de grande fulgor até que se chegou aos dias de hoje e se entrou na fase das reuniões fantasma  na Praça 8 de Maio em que são "ouvidas vozes", que depois são transmitidas publicamente.

Isto não é de estranhar porque estudos feitos por especialistas holandeses levam a concluir que uma em cada 25 pessoas ouve regularmente vozes, mesmo que sem que alguém esteja presente, o que está provado em Coimbra sendo, para nossa satisfação, o presidente da Câmara uma dessas pessoas.

Na Câmara já contou que "ouviu" o Dr. Paulo Penedos sobre o Pavilhão da PT, apesar deste nunca lhe ter falado no assunto, agora na Assembleia poderá dar conta do que lhe disseram as "vozes" do Sr. Manuel Godinho da empresa "O2 - Tratamento e Limpezas Ambientais" e porventura do Dr. Armando Vara.

Por isso, estejam atentos senhores Deputados Municipais, a reunião da Assembleia Municipal pode tornar-se num momento único que vai fazer roer de inveja o Padres Fontes.

Mas não será tudo isto normal na Cidade do Conhecimento, onde ninguém está muito interessado em conhecer verdadeiramente os factos e toda a gente tem medo de questionar o presidente da Câmara?

AS SONDAGENS E O SUICíDIO COLECTIVO DAS BALEIAS


As últimas sondagens dão-nos conta de que o PSD ultrapassou o PS. Nada mais natural no contexto de uma governação em tempos de crise. Nem Churchill, apesar da vitória na guerra, escapou a este fenómeno.

O estranho terá sido esta situação só agora se verificar, mas todos sabemos as razões. De resto tudo normal. 

Contudo, no meio deste quase determinismo político, há opções e iniciativas políticas que, sendo óbvias contribuintes líquidas para a situação, seriam desnecessárias e não se entendem. Uma coisa é tomar decisões difíceis outra coisa é inventar desgastantes dificuldades e confusões. O que se passa na Educação, com as SCUT e mesmo na Saúde é qualquer coisa de suicidário. Não tem explicação nem cabimento a confusão reinante, decorrente de uma insuficiente ponderação política e de uma insustentabilidade técnica, provocadora de um enorme descrédito e, consequentemente, de um desgaste exponencial do partido no Governo.

Certas atitudes do Governo fazem lembrar um fenómeno para o qual há várias tentativas de explicação, mas de que não me recordo de nenhuma convincente: o suicídio colectivo de baleias. 

Nas reportagens, sobre este estranho comportamento, é dramático assistir a uma tão forte quanto absurda resistência ás tentativas de salvação, protagonizadas por cidadãos desesperados que procuram encaminhar os cetáceos para o mar alto, e que vêm os seus esforços gorados porque a vontade suicidária é superior às suas forças e à razão dos seus argumentos.

Estranhamente, o Governo parece apostado em copiar este comportamento.

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 62


Contar com bons colaboradores.

Alguns querem que a sua extraordinária perspicácia domine sobre as limitações dos colaboradores. É uma satisfação perigosa que merece um castigo fatal. A grandeza do superior nunca diminuiu devido à competência do subordinado; pelo contrário, toda a glória dos sucessos reverte depois para a causa principal, o mesmo acontecendo com os fracassos. A reputação é sempre atribuída aos superiores. Nunca se diz: daquele teve bons ou maus subordinados, mas aquele foi um bom ou mau artífice. Os colaboradores devem ser escolhidos e testados, pois deles dependerá uma reputação imortal.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A ESCOLHA DO MELÃO


Uma das tarefas familiares que me está atribuída é a da escolha do melão. Acreditem que não é uma tarefa fácil. Chegado o momento, todos querem deliciar-se com uma talhada de melão maduro, gostoso e cheio de sol.

Por isso, no momento da compra, quando enfrento aquele amontoado de melões, apuro os sentidos, olho a casca mais ou menos rugosa, tento perceber o aroma, sopeso o visado, apalpo-o e aperto-o e depois lá parto, com a alma apertada de desconfiança, para a pesagem. Sei que vai ali muita da minha credibilidade familiar e o medo de ouvir, no momento solene da prova, aquela afirmação que destrói qualquer reputação: "É pepino".

Da última vez que me abalancei - obviamente obrigado - na escolha, quando coloquei  o melão na balança resolvi, para testar a escolha, dizer à pessoa que me atendia: "Espero que esteja capaz de comer hoje!?".

Como resposta, numa afirmação de categórica cientificidade, foi-me dito com a bonomia e a tolerância que se tem para com os ignorantes: "É capaz de estar um bocado verde. Não tem o cu seco!".  

Sinceramente, eu nunca tinha ligado atenção ao "cu dos melões", era um pormenor que me faltava e, por isso, lá voltei para trás e recomecei a escolha, agora com mais um elemento de avaliação.

Tendo repetido todos os anteriores trâmites e mais este último, escolhi um novo exemplar que mereceu a aprovação da vendedora.

Chegado o momento fatal e perante a angustia que invade o escolhedor, quando o melão foi aberto e provado, a frase que se ouviu foi: "É Bom!"

Passado o momento e com o peito cheio de ar, orgulhoso pela capacidade demonstrada de uma escolha acertada, unanimemente reconhecida, lancei-me a uma talhada e enquanto a comia lembrei-me, não sei porquê, que há um candidato presidencial que, seguindo a técnica da escolha dos melões, eu não escolheria. Falta-lhe peso, aroma e uma coisa muito importante - não tem o cu seco. Está muito verde. 

Pensem bem e vejam se não é verdade!?


HOJE É DIA DE SÃO JOÃO


Hoje a Igreja comemora o nascimento do profeta João, dito o Baptista, filho de Zacarias e de Isabel, de quem se diz ter vivido uma vida ascética e padecido o martírio às mãos de Herodes que, a pedido de Salomé, o mandou decapitar.

Sem prejuízo do respeito religioso que a data e o profeta merecem, encontram-se, nestas breves referências, diversos elementos para reflexão. 

Primeiro, Baptista não era o seu nome, mas uma alcunha porque baptizava, o que o distingue de outros Baptistas de nome próprio a quem não se reconhece a santidade nem o ascetismo.

Também se vestia com uma pele de ovelha, solução entretanto totalmente banida, graças, em muito, à Brigitte Bardot e à sua incessante luta pela protecção dos animais. Diga-se de passagem que a dita Brigitte Bardot, há uns anos atrás, ficava muito melhor sem nada sobre a pele do que vestido com qualquer pele. 

Depois, diz-se que se alimentava parcamente de gafanhotos, que foram substituídos pelas sardinhas, alimentação muito mais rica em ómega 3 (digo eu) e portanto muito mais saudável, ainda que mais cara (imagino eu).

Acabou decapitado, por decisão do primeiro responsável político lá do sítio e a pedido de uma mulher o que também passou um pouco de moda - a decapitação física, claro. Hoje é aos políticos que se "corta" a cabeça e nos restantes bate-se com um martelinho de plástico, ou com um alho porro - os mais conservadores. De qualquer forma mantém-se a cabeça como o sítio merecedor de pancadas e carinhos, o que é de registar.

Finalmente, tem de se notar, com tristeza, que João, dito o Baptista, que tanto veneramos, tendo passado de profeta a santo, ainda não conseguiu que os profetas tenham deixado de pregar no deserto.

quarta-feira, 23 de junho de 2010

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 61


 

Eminência no melhor.

É uma grande singularidade entre a pluralidade de perfeições. Não pode existir um grande homem sem alguma qualidade sublime. As medianias não são objecto de aplauso. Num emprego importante, a eminência eleva do ordinário comum à categoria de distinguido. Ser eminente numa profissão humilde é ser algo no pouco: tem tanto de prazer fácil como de pouca glória. A eminência em assuntos importantes é como ter um carácter de soberano: conquista a admiração e o afecto.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

terça-feira, 22 de junho de 2010

CONTINUAMOS À ESPERA



Passada uma semana continuamos à espera que o Dr. Carlos Encarnação nos diga com quem falou, na qualidade de presidente da Câmara de Coimbra, sobre o Pavilhão da PT. 

O Dr. Paulo Penedos desmentiu-o.

Segundo se diz o Dr. Rui Pedro Soares não lhe prometeu nada do que ele afirmou.

Afinal em que ficamos Senhor Presidente da Câmara de Coimbra?

BASTA DE GOZAREM CONNOSCO


É notícia aziaga aquela que nos foi trazida hoje de que as obras do Metro Mondego estavam em risco, por força da aplicação do PEC.

Custa-me a acreditar que seja verdade, tanto mais que parece de uma absoluta irracionalidade económica e social paralisar um projecto como este, que está em desenvolvimento, com obras a realizarem-se no terreno, depois de tanta espera e sofrimento.

Bem sei que os defensores do corte no investimento público - alguns aqui da nossa praça -  têm vindo a dar um enorme contributo para a paralisação ou o abandono de diversas obras infraestrutrais, assim como também sei que alguns dos protagonistas locais, por falta de visão e de peso político, não são capazes de defender convenientemente os interesses da cidade e da região, mas nunca imaginei que fosse possível parar uma obra como esta, para mais na fase de desenvolvimento em que se encontra. 

Devo dizer que a ser verdade esta é uma das decisões que justificam um verdadeiro "levantamento popular" das populações de Coimbra, Mirando do Corvo e Lousã.

Palavra de honra que não sei que mais nos havia de acontecer. Não quero crer que o PEC seja um momento de loucura mas um Plano com um mínimo de racionalidade e de consistência técnica, apesar dos seus objectivos.

Basta de invocarem o PEC e de gozarem connosco!

UM PRESIDENTE DE SERVIÇOS MíNIMOS


Sinceramente, não entendo a polémica suscitada com a ausência do Presidente da República no funeral de José Saramago. Estranha e polémica seria a sua presença.

Percebo que muitos daqueles que nele votaram e que o apoiam numa nova candidatura se sintam incomodados. Afinal não é todos os dias que temos um Prémio Nobel, numa das áreas de maior visibilidade mundial e consequentemente com mais impacto internacional e, que para mais, trabalhou com a nossa maior riqueza - a nossa língua. É por isso óbvio, para todos, que o seu desaparecimento devia provocar uma expressiva, inequívoca e exemplar reacção de pesar e de exaltação do seu mérito, por parte de todos os líderes políticos, particularmente daqueles que desempenham funções institucionais ao mais alto nível. 

Mas o Presidente da República decretou e fez promulgar que estava de férias e que cumpriu com as normas protocolares, enviando uma mensagem de condolências e fazendo-se representar no funeral. A mais não era obrigado.

Não há, portanto, razões para qualquer polémica, as normas mínimas foram cumpridas e seria estultícia esperar mais do que isto. Uma atitude diferente não faz parte dos "roteiros presidenciais", nem se enquadra numa visão superior de grandeza de alma, generosidade e reconhecimento àqueles que se vão da lei da morte libertando.

Houve um sentir popular que se expressou e se não ouvimos umas trinta mil vozes a cantar o Coro dos Escravos Hebreus do Nabuco, como aconteceu em 1901, pelas ruas de Milão, no funeral de Verdi, não deixou de ser comovente o que aconteceu, assim como não deixou de ser simbólica a grande mensagem do líder do PP espanhol  e que um dos mais conseguidos discursos tenha sido o da vice-presidente do Governo do Reino de Espanha.

O Presidente Cavaco Silva fez a sua avaliação do que escritor José Saramago representava e representou para o país e, por isso, não foi capaz de abdicar de umas horas das suas férias para estar no funeral.

Esta é a avaliação e a visão de um presidente sem rasgo e sem dimensão cultural, incapaz de perceber o essencial. 

Não se lhe peça mais, foi Cavaco Silva em todo o seu esplendor - um presidente de serviços mínimos.

SOLSTÍCIOS TROCADOS


Ontem, dia 21 de Junho, tal como estava previsto, ocorreu no hemisfério norte o solstício de verão. No mesmo dia, também como estava previsto, ficámos a saber pelo Eurostat que, em 2009, o PIB português, tendo em conta a média europeia, se ficou pelos 78.3%, muito distante do campeão Luxemburgo com os seus 267.8%.

Mas ontem, tal como também estava previsto, ocorreu no hemisfério sul o solstício de Inverno e na África do Sul, onde se disputa o Campeonato do Mundo de Futebol, em que o "pobre" Luxemburgo não participa, nós ganhámos por sete a zero.

No Luxemburgo não há notícia de que tenha havido qualquer comemoração pública por ser o primeiro do ranking da riqueza europeia, por cá houve celebração e festa forte porque ganhámos um jogo de futebol.

Cá por mim fazia um "negócio" com o Luxemburgo. Dava-lhe o lugar no Mundial de Futebol e os golos todos em troca do primeiro lugar no ranking do PIB. Mas eu sou um chato e este país ficaria uma tremenda pasmaceira. Quem seríamos nós se tivéssemos de viver e trabalhar como no Luxemburgo e  se não tivéssemos os golos da selecção, nem o Ronaldo? 

Por isso, está tudo bem assim, a única coisa estranha é nós, com a nossa pobreza, estarmos no solstício de Verão - tempo de férias e de ripanço -, e a Selecção andar a jogar e ganhar lá por onde começou o solstício de Inverno, sinónimo de frio e de desconforto.

Será que os solstícios não estarão trocados?

sábado, 19 de junho de 2010

JOSÉ SARAMAGO


Conheci José Saramago numa recepção da Câmara de Coimbra, quando ainda não lhe tinha sido atribuído o Prémio Nobel da Literatura. Dele guardei a imagem de um homem sereno, afável e extremamente inteligente. Ouvi-lo era um enorme prazer.

Para quem acredita que a Cultura é a nossa salvação fica a profunda tristeza de o ver desaparecer e o enorme orgulho de o ter tido como concidadão.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 60


Bom-senso.

Alguns já nascem prudentes. Atingem a sabedoria com esta vantagem de um bom-senso inato, e por isso já têm meio caminho andado para acertar. Com a idade e a experiência, o raciocínio amadurece completamente. Atingem um discernimento muito equilibrado. Repudiam os caprichos por serem tentações da prudência, especialmente em matérias de Estado, nas quais, pela sua grande importância, se exige total segurança nos acertos. Estes merecem manobrar o leme do estado como governantes ou conselheiros.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

quinta-feira, 17 de junho de 2010

OS MISTÉRIOS DO PAVILHÃO DA PT


Após a colocação do post anterior fui contactado pelo Dr. Paulo Penedos que me reafirmou o que tinha dito ao Diário de Coimbra, isto é, nunca se reuniu com o presidente da Câmara de Coimbra para tratar de qualquer assunto relacionado com a PT.

Devo confessar que não tenho nenhuma razão para duvidar de Paulo Penedos. Aliás, nos contactos que com ele tive, ao longo de muitos anos, sempre foi uma pessoa extremamente correcta e sincera e não é pelo facto de estar envolvido num processo que corre na Justiça que altero a opinião que dele formei.

Pelo contrário, relativamente ao presidente da Câmara de Coimbra, tenho razões pessoais de queixa porque no início do seu primeiro mandato, sendo eu Deputado Municipal, vi-me alvo de uma calúnia - uma mentira pura e deliberada destinada a atacar-me politicamente saída do âmbito da sua gestão, que apesar dos meus pedidos nunca foi desmentida -, fazendo constar que eu tinha empregado na Câmara uma familiar quando era vereador.

Acrescentem-se os vários episódios, que dizem muito da sua personalidade e dos seus métodos de actuação política, ocorridos com vereadores do PSD e as graves acusações políticas e de carácter que lhe foram feitas pelo ex-vice-presidente Eng. Pina Prata, que não mereceram mais do que um silêncio comprometedor.

Tendo presente tudo isto e, porque, como diz o povo: “Cesteiro que faz um cesto, faz um cento, dando-lhe verga e tempo”, sou levado a pensar que o presidente da Câmara de Coimbra faltou à verdade numa reunião da Câmara, transmitindo uma informação falsa. 

Independentemente do método e do momento usado pelo Dr. Carlos Encarnação, que terá eventualmente considerado que a sua palavra é mais credível do que a de alguém que vive um complexo processo com a Justiça - o que é mais um facto a registar relativamente aos seus métodos de actuação enquanto pessoa e político -, a pergunta que se coloca é o que verdadeiramente se passa com o pavilhão da PT em Coimbra.
 
O que se desenha como futuro do referido espaço e que interesses, em todo este processo, estarão a ser defendidos pelo presidente da Câmara de Coimbra? Que mistérios envolvem este processo?

Estamos à espera de uma resposta.  

QUEREMOS A VERDADE. O PRESIDENTE CARLOS ENCARNAÇÃO DEVE UMA EXPLICAÇÃO A COIMBRA


O presidente da Câmara de Coimbra, Carlos Encarnação, afirmou, no dia 14, na reunião da Câmara, que teve uma reunião com Rui Pedro Soares e Paulo Penedos para discutir as implicações da venda do pavilhão da PT.

Hoje, o Diário de Coimbra dá conta que Paulo Penedos contactou aquele jornal para garantir que nunca se reuniu com o presidente Carlos Encarnação para tratar de qualquer assunto relacionado com a PT.

Portanto, alguém está, obviamente, a mentir.

Dado que há uma enorme e legitima preocupação em conhecer a verdade, concretamente no que toca às afirmações e motivações dos políticos e porque contrariamente ao que é habitual o presidente da Câmara de Coimbra que nunca se lembra de nada neste caso tem uma "viva" memória, é fundamental apurar quem está a faltar à verdade, até porque estão em jogo legítimos interesses da cidade.

Como sabemos, em Coimbra, questões, desta natureza, que envolvem a Câmara e o seu actual presidente, nunca são devidamente esclarecidas, contudo é legítimo exigir e aguardar um esclarecimento cabal sobre esta contradição de afirmações, o que a não acontecer, rapidamente, deixa pressuposto que há não só uma mentira mas algo mais que atrás dela se pretende esconder.

Note-se que estas declarações são muito mais importantes do que as que Deco fez após o jogo com a Costa do Marfim, que tanta celeuma  e comentários suscitaram, e que já mereceram esclarecimentos públicos e pedidos de desculpas. Vamos aguardar para ver o que nos diz o presidente Carlos Encarnação.

EXIGÊNCIAS NA LIDERANÇA POLÍTICA


Um pequeno texto de Peter Drucker, para reflexão:

"O carisma é actualmente um tema "quente". Muito se tem falado sobre este assunto e já foram escritos muitos livros sobre os líderes carismáticos. No entanto, o desejo de carisma é um desejo político fatal. Nenhum século teve mais líderes com mais carisma do que o século XX e nunca os líderes causaram tantos prejuízos quanto os quatro grandes líderes do século XX: Estaline, Mussolini; Hitler e Mao. O que importa não é o carisma. O que importa é se o líder lidera na direcção correcta ou se segue o caminho errado. As conquistas construtivas do século XX foram obra de indivíduos não-carismáticos. Os dois militares que conduziram os Aliados à vitória na Segunda Guerra Mundial foram Dwight Einsenhower e George Marshall. Ambos eram altamente disciplinados, muito competentes e terrivelmente monótonos. Talvez a maior causa de esperança e de optimismo para a nova maioria, os profissionais do conhecimento, seja a de que a velha política não faça qualquer sentido. Dar provas de competência fará sentido." 

quarta-feira, 16 de junho de 2010

ARTE DA PRUDÊNCIA - 59



Sair com o pé direito.

Se se entra pela porta do prazer na casa da Fortuna sai-se pela do pesar e vice-versa. Atenção aos finais: é necessário dar mais atenção a um final feliz que a uma entrada aplaudida. É frequente os afortunados terem começos muito favoráveis e finais muito trágicos. A questão não está no aplauso, comum, à entrada, uma vez que todas são plausíveis, mas na aceitação geral à saída, o que é mais raro. Poucas vezes a sorte acompanha os que saem: é educada com os que vêm e indelicada com os que vão.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

segunda-feira, 14 de junho de 2010

COMISSÃO PARLAMENTAR DE INQUÉRITO AOS PERISCÓPIOS


Porque o sucesso do "Magalhães" incomodou decisivamente - sem embargo do processo ter sido desenvolvido com "excessivo voluntarismo(?)" -, foi criada uma Comissão Parlamentar de Inquérito.

Porque há uma incontornável liberdade de expressão foi dada expressão à suspeição de que haveria limitações há dita liberdade e promoveu-se uma "averiguação" através da Comissão Parlamentar de Ética.

Porque nenhum dos Deputados da República alguma vez mentiu, mas há a suspeita de que o primeiro-ministro terá mentido, avança uma inquisitorial Comissão Parlamentar de Inquérito que suspeita da suspeição. 

Porque há fortes indícios de corrupção na aquisição de submarinos - cujo custo ajuda a afundar as finanças públicas por vários anos - e foi tornado público que desapareceram documentos oficiais que deveriam estar nos arquivos da Ministério da Defesa, faz-se silêncio.

Porque se sabe que um determinado Ministro da Defesa fotocopiou(?) milhares ou milhões de documentos  oficiais - espólio da República -, para integrar no seu espólio pessoal, fala-se da lavoura.

Certo, certo, é que poderá haver uma Comissão Parlamentar de Inquérito aos Periscópios se se  suspeitar que José Sócrates terá falado no modelo das ópticas com a Sr.ª Merkel, numa das reuniões do Conselho Europeu.

"Georges! anda ver o meu país de Marinheiros
O meu país das Naus, de esquadras e de frotas!

........................................................................"

UMA DIREITA DE CUCO


Se atentarmos na génese e nas características da actual crise teremos de concluir que toda ela é uma crise do sistema capitalista. 

Feito o diagnóstico, em larga medida pelos autores da maleita, verifica-se que os remédios prescritos, também por eles, mas com largo acolhimento nos fazedores de opinião e nos media, fazem parte da farmacopeia usada pelos mesmos. 

Só que os tais remédios mais não representam que um agravar da doença dado que para o crescimento económico defendem a diminuição do investimento e para o combate ao desemprego receitam mais precariedade e menor protecção social.  Digamos que os magarefes se apresentam como reputados cirurgiões prontos a cerzir os tecidos que foram destruindo, ainda que com mais golpes de cutelo.

Contudo no nosso país tais "doutores" limitam-se a apregoar as prescrições e não têm coragem de ser eles próprios a fazê-las e a aplicá-las. Refugiam-se na crise para não avançarem dizendo que não se deve acrescentar uma crise política a uma crise económica. 

Claro que esta é uma leitura profundamente hipócrita. Primeiro por um conceito democrático, dado que a superação de uma crise num regime democrático não se funda no medo, mas sustenta-se na alternância de programas, propostas e de acção política. Depois porque não é claro que não exista já hoje uma verdadeira e singular crise política no nosso país, com um governo minoritário a ser permanentemente condicionado à esquerda e à direita, com uma oposição de mero desgaste partidário e um incumbente presidente da República. Finalmente, porque por essa Europa fora vai havendo eleições sem que isso acrescente o apregoado dramatismo económico.

Em conclusão, o ambiente hipócrita que se vive, de todos não querem o que querem, reflecte uma enorme cobardia política, nomeadamente dos partidos de direita: PSD e CDS, que assumem uma posição de pura guerrilha institucional, flagelando o governo, sem coragem de assumirem claramente a vontade de governarem, para mais agora quando até têm as sondagens favoráveis com que andarem a sonhar durante anos e que serviram para derrubar sucessivos líderes.

Aliás a nossa direita é uma direita de cuco que mais não pretende do que incubar os seus ovos políticos no PS para que este os alimente e crie sem que ela tenha esse trabalho.

Em política é preciso ter coragem, o que actual direita demonstra não ter. Talvez esteja a cometer um erro que lhe vai sair caro nas próximas eleições, como obviamente espero.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

SUICÍDIO POLÍTICO


Os partidos conservadores e de direita vão tomando conta do poder na Europa: Alemanha, Hungria, Inglaterra e agora Holanda são disso exemplo.

Tendo em conta o contexto de crise capitalista e as graves consequências que daí advêm para a maioria dos eleitores, são estranhas estas vitórias eleitorais dado que são exactamente aqueles partidos os grandes advogados das políticas que conduziram ao actual estado de coisas.

Mais, é estranho o triunfo por toda a Europa daqueles partidos que vêm pondo em causa o modelo social europeu quando este era o grande garante de uma sociedade mais avançada em termos de qualidade de vida e de respeito pelos direitos humanos.

Reconhecendo que o capitalismo é criador de desigualdades, portador de irracionalidades e fautor de crises, como esta que a todos afecta profundamente, pergunta-se o porquê desta aposta  dos eleitores nos partidos conservadores e de direita que defendem uma acentuada lógica de mercado, de desregulação laboral e de protecção de interesses e fins privados e ainda a uma perturbadora neutralização do poder do Estado, reclamando um estado mínimo o que equivale a dizer uma sociedade mínima. 

Para quem ainda se entende de esquerda e continua a acreditar em determinados valores, os tempos não são fáceis e há dificuldades de encontro com políticas coerentes e consistentes, que respondam efectivamente aos problemas que esta grave crise, com origem no capitalismo financeiro e numa mundialização desregulada nos trouxe e que nos desafia a adoptar e a adaptar uma expressão bíblica: afastem de mim este cálice.

Apesar de tudo isto, nós por cá, ainda temos de acrescentar tristemente a estas dificuldades uma estéril competição de "esquerdas" que inferniza o ambiente, inviabiliza qualquer debate sério e impede qualquer acordo de governação. 

Em nome duma "esquerda moderna", duma "esquerda verdadeira" ou de uma "esquerda que resiste" vamos enterrando a esquerda e assistindo ao triunfo de uma direita que se apronta para chegar ao poder fresca e sem desgaste, ainda que incompetente e sem mérito.

Não será isto um verdadeiro suicídio político? Todos sabem que sim, mas há um irracional egoísmo partidário e uma incapacidade de diálogo - que todos tanto reclamam - que é verdadeiramente chocante.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 58


Saber adaptar-se.

Não devemos mostrar-nos igualmente inteligentes com todos, nem se devem empregar mais forças que as necessárias. Nem desperdícios de sabedoria, nem de méritos. O bom falcoeiro não lança à presa mais aves que as necessárias para caçá-la. Não se faça da ostentação a norma, pois no dia seguinte não causará admiração. Para sobressair deve sempre haver novidade. Aqueles que, diariamente, se revelam um pouco mais mantêm sempre a expectativa e nunca se descobre onde acaba o seu talento.

A Arte da Prudência
Baltasar Grácian

segunda-feira, 7 de junho de 2010

CADA QUAL COM O URSO A QUE TEM DIREITO



A Islândia não pára de nos surpreender. Depois do colapso económico e financeiro, paralisou, sem qualquer cerimónia, a Europa com nuvens vulcânicas e agora elegeu para presidir à Câmara de Reiquejavique, a sua capital, o líder do Besti  Flokkurinn (O Melhor Partido), um popular comediante local de nome Jón Gnarr.

Com esta eleição reina a perplexidade política, a incredulidade dos politólogos e a expectativa do que irá acontecer a a partir do próximo dia 15, quando tomar posse, dado que Jón Gnarr fez da campanha eleitoral um verdadeiro espectáculo de stand-up comedy, em que defendeu o que chamou um programa de "anarco-surrealismo", prometendo, entre outras coisas, toalhas de graça nas piscinas, um urso polar no zoo de Reiquejavique e uma Disneylândia no aeroporto.

Não sei se Jón conhece Portugal e em particular algumas das suas autarquias, mas estou em crer que o Besti Flokkurinn - um nome que dá gosto, contrariamente ao do vulcão - fez o trabalho de casa, investigou o que se passa por cá e apenas deu alguma roupagem diferente às suas propostas, mais sincera - típica de um país nórdico -, como quando, por exemplo, afirmou: "Vamos certamente favorecer os nossos amigos pessoais. Vamos ter corrupção por cima da mesa, não por baixo".

Mais ainda, com um pequeno truque de inversão de palavras conseguiu dizer uma verdade que nós tentamos esconder, quando disse: "O Besti Flokkurinn tem muitas faces. Publicamente comportamo-nos como palhaços, mas na verdade somos muito inteligentes". Claro que nós diríamos "A nossa(o) Coligação/Partido tem muitas faces. Publicamente comportamo-nos como sendo muito inteligentes, mas na verdade somos palhaços."

Neste momento resta desejar muitas felicidades aos cidadãos de Reiquejavique, esperando que venham a ter um urso no seu Zoo, dado que nós, aqui por Coimbra, também já temos um que não é polar mas, como se compreende, o clima é outro.

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 57



Mais fiáveis são os prudentes.

É suficientemente rápido aquilo que está bem. O que se faz depressa, depressa se desfaz. Mas o que deve durar uma eternidade, deve demorar outra afazer-se. Só a perfeição é considerada. Só o acerto permanece. O entendimento profundo consegue eternidades. O que muito vale, muito custa. O metal mais precioso é o que tarda em fundir-se e o mais pesado.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

sexta-feira, 4 de junho de 2010

A ARTE DA PRUDÊNCIA - 56


Ter boas improvisações

Nascem de uma afortunada prontidão. Não padecem de apertos nem azares, pela sua vivacidade e desembaraço. Alguns pensam muito para depois se equivocarem em tudo, enquanto outros acertam em tudo sem antes pensar. Alguns têm caudais de antiperístase agindo melhor nas dificuldades. São monstros que em tudo acertam de imediato e que em tudo erram ao pensar. O que lhes ocorre no acto nunca atingirão depois. É preciso elogiar os rápidos, porque demonstram uma capacidade prodigiosa: subtileza nas ideias e prudência nas obras.

A Arte da Prudência
Baltasar Gracián

quinta-feira, 3 de junho de 2010

A AMNÉSIA PRESIDENCIAL É CONTAGIOSA?


Quem lê os relatos na imprensa do julgamento do director municipal que também era presidente da Académica/OAF, tem um mínimo de conhecimento de como as coisas se passam no âmbito autárquico e na Câmara de Coimbra, fica na dúvida se não se estará perante peças de ficção da autoria dos jornalistas. 

O que leva a acreditar que os relatos não são ficcionados é que são todos iguais e, sobretudo, porque a Câmara de Coimbra era no momento, como ainda é, presidida pelo Dr. Carlos Encarnação. 

Aliás, é sobretudo este último facto que dá maior credibilidade aos relatos porque como bem sabem, todos aqueles que têm privado mais de perto com o presidente da Câmara, este nunca sabe de nada, não ouviu nada, não é responsável por nada, tendo apenas a convicção de que haja o  problema que houver é coisa que já devia ter sido resolvida há trinta anos.

Não é por isso de estranhar que toda a gente  que vai ao Tribunal esteja confusa ou sofra de amnésia. Na verdade a maioria não se conhece nunca se encontrou e só contribuiu com donativos para a Académica/OAF porque não sabia que o seu presidente era simultaneamente director municipal do urbanismo. Aliás muitos terão tido ataques de espanto quando descobriram esta dupla condição. O próprio Dr. Carlos Encarnação não sabia da situação..., foi induzido erradamente na nomeação pelo "malandro" do vereador do urbanismo.

Mesmo quando foi repetidamente questionado sobre o assunto na Assembleia Municipal sempre pensou que estavam a falar de outra pessoa, porventura, do presidente de um clube de petanca ou de uma associação de excursionistas, que não precisava para nada de apoios para as suas actividades.

Agora acreditem, a ignorância dos processos pelo Dr. Carlos Encarnação é verdadeira!

Por exemplo o Dr. Carlos Encarnação não sabia que seu primeiro vice-presidente era presidente da ACIC e que acumulava estas funções com outras em empresas privadas. Tudo legal é claro,  nada de promiscuidades...

E também ignora que nomeou um chefe de divisão para os Recursos Humanos - que enxameou a Câmara de pessoal "devidamente" escolhido, tendo chegado a organizar um concurso para chefes de repartição cujos lugares já estavam extintos -, que era vereador pelo seu partido noutra Câmara e a quem mandou pagar como director municipal, tudo isto com um despacho seu  em que por acaso se esqueceu de colocar a data.

O Dr. Carlos Encarnação é pois um caso de amnésia em estado puro, que merece estudo. E, este estado de desconhecimento de evidências acabou por se propagar na Praça 8 de Maio com surpreendente rapidez, assim como a bagunça que se instalou na área urbanística e de que apenas vão sendo aflorados casos. O que não terá acontecido em todos estes anos?

Enfim, são tantas as faltas de memória que não há espaço para recordar tudo. 

Veja-se que, como recentemente foi noticiado, até se "esqueceu" de que havia sobreiros no espaço que andou a prometer para a construção do Quartel dos Bombeiros Voluntários, depois de ter inviabilizado - já lá vão nove anos - uma solução já aprovada, deixando no fim dos seus mandatos por resolver um problema que já devia estar resolvido há trinta anos.

Como é que no meio disto tudo os empresários da construção civil que tiveram relações com a Câmara nestes mandatos, bem como o ex-vice-presidente com o pelouro do urbanismo, se podem lembrar de alguma coisa ou não estar confusos?

Ou me engano muito ou o Tribunal ainda acaba por arquivar o processo porque vai chegar à conclusão de que tudo se passou noutra Câmara, com outro presidente, outro vice-presidente e que os edifícios de que se fala não passam de construções na areia.

Mas será que o Dr. Carlos Encarnação é presidente da Câmara de Coimbra há nove anos!? Será que ele se lembra? E será que a amnésia presidencial é contagiosa?

PORQUE HOJE É FERIADO

quarta-feira, 2 de junho de 2010

APELO AO LÍDER DO CDS-PP


Na campanha autárquica de 2001, Paulo Portas, então líder do CDS-PP, proclamava pelas feiras do país que o CDS, nos Municípios onde fosse poder, não permitiria a criação de empresas municipais.

Na sequência dessas eleições o CDS, enquanto membro de uma coligação com o PSD e o PPM passou a fazer parte do governo do Município de Coimbra.

Uma das primeiras iniciativas desta coligação foi a da criação da empresa municipal Águas de Coimbra, EM, a que se seguiu a criação da empresa municipal Turismo de Coimbra, sempre com o inequívoco voto favorável dos autarcas do CDS.

Ontem Paulo Portas, hoje líder do CDS-PP, veio afirmar publicamente que metade das empresas municipais não são necessárias e acrescentou: "Era bom que alguém disciplinasse este facto iníquo que é haver num país com a nossa dimensão 2.000 gestores municipais".

Pois bem o líder do CDS-PP, Paulo Portas, faria um favor de coerência e um favor a Coimbra se levasse os seus parceiros de coligação no Município a extinguir, com a máxima urgência, estas duas empresas municipais que efectivamente só servem para dar emprego político e a afundar as finanças municipais.

Como o líder do CDS-PP pode confirmar através dos autarcas do seu partido as atribuições da empresa Águas de Coimbra, EM, era até 2002 realizadas pelos Serviços Municipais de Água e Saneamento de Coimbra, cuja gestão era feita por um conselho de administração em que os gestores tinham direito a uma simbólica senha de presença.

A partir de 2002 passaram a ser pagos equiparados a vereadores, sem que antes não tenham feito uma tentativa sub-reptícia de receber um vencimento mais elevado, tendo sido necessário recorrer à intervenção da então IGAT para corrigir a situação. Acresce a situação agravante que agora as Águas de Coimbra têm reduzido o seu âmbito e volume de trabalho, dado que deixaram de ter a responsabilidade do abastecimento de água em alta.

Por outro lado as atribuições da Turismo de Coimbra eram realizadas pelo Departamento de Cultura da Câmara não se conseguindo vislumbrar o que mudou para além dos encargos.

Quando um dia for possível fazer uma auditoria ao que têm sido os "anos loucos" da gestão da actual maioria haverá muitos cidadãos que ficarão de boca aberta com os disparates cometidos e com o inconcebível despesismo que a caracteriza.

Consciente que há um problema, que alguém deve resolver, o líder do CDS, Paulo Portas, pode começar já a trabalhar para o ajudar a resolver em Coimbra, dado que o seu partido é parceiro de coligação e detentor de poder no Município. Não tem desculpa se não fizer nada.

Fica, por isso, o apelo de um munícipe de Coimbra que não tem dúvidas quanto ao mau uso do dinheiro dos seus impostos e dos seus concidadãos por uma coligação em que o CDS é parte integrante e cujo líder tem um tão agudo conhecimento da situação iníqua que varre o país, com a existência de milhares de desnecessários gestores municipais.

Por favor acabe com eles em Coimbra. Não são precisos para nada.

A CANDIATURA DE MANUEL ALEGRE


A seis meses das eleições presidenciais, salvo algum facto extraordinário, os principais candidatos estão encontrados. Destes, há dois - com o devido respeito pela candidatura de Fernando Nobre - que vão, decerto, capitalizar o voto dos portugueses: Manuel Alegre e Cavaco Silva.

Independentemente das respeitáveis opiniões - a minha também é respeitável - e das habituais "manobras" políticas e mediáticas que aí vêm, Manuel Alegre tem fortes possibilidades de vencer esta disputa eleitoral.

Cavaco Silva foi, enquanto presidente da República, igual a si próprio: timorato, contraditório e inconsequente em muitas decisões relevantes. Fez, sobretudo, um magistério de silêncio e tentou com a "convergência estratégica" intervir na acção do governo de uma forma enviesada, que levou a uma perspectiva patológica de relação institucional. 

Para mais, deixou que Belém tivesse assumido um condenável protagonismo, com o envolvimento na pequena política em tempo de campanha eleitoral para as últimas legislativas e, hoje, ainda que os afloramentos de descontentamento à direita, que se têm vindo a manifestar, não passem de manobras de diversão ou de pressão, sente-se que está "aprisionado" pelo desencanto de muitos daqueles que o elegeram e que não o conseguem entender, o que obviamente o fragiliza para um novo mandato. A confiança e a esperança acabaram por ali!

Manuel Alegre, por seu lado, tendo agora um apoio partidário com que não contava nas anteriores eleições, mantém um alargado apoio de cidadãos que, num empenhado exercício cívico, entendem dar-lhe o seu apoio e o seu entusiasmo.

A candidatura de Manuel Alegre é, assim, uma oportunidade cívica, de mobilização de cidadãos que não se resignam e que desejam ser actores, participando activamente na vida política e acreditando que é possível, com este presidente da República, saborear palavras de futuro imbuídas de humanismo, cultura, solidariedade, equidade e também de memória. Mais, acreditam que estas palavras passa a fazer parte do léxico quotidiano e a influenciar de forma determinante a vida do país.

Manuel Alegre tem pois, contrariamente a Cavaco Silva, a possibilidade de interpretar, como só os poetas sabem, as ambições e sonhos de um povo que se sente mal amado e tratado pelos políticos e simultaneamente a capacidade de actuar, como político experiente que é, na criação de condições de desenvolvimento de um país mais justo e solidário.

Contrariamente ao que já se ouviu, Manuel Alegre vai abrir uma janela de ar puro que permite a entrada consequente, na nossa vida política, de valores essenciais, inerentes a várias gerações, que têm sido subalternizados por um desvario egoísta e hipócrita onde não se vê ética mas ganância.

Para os que já decidiram e desejam participar nesta jornada cívica, assim como para aqueles que ainda vão reflectir, aqui fica o site da candidatura, onde poderão subscrever a Lista Nacional de Apoiantes ou encontrar a Declaração de Propositura da Candidatura, bem como outros elementos e informações:

http://www.manuelalegre.com/